Approach Consulting

O papel do Ecodesign na transição para uma Economia Circular

Setembro 29, 2025
Ludovic Loreau

O conceito de ecodesign assume um papel central na transformação das indústrias e dos respetivos sistemas produtivos, revelando-se como uma estratégia crucial para enfrentar os desafios ambientais globais e impulsionar a transição para uma economia verdadeiramente circular.

Desta forma, o ecodesign não se limita à escolha de materiais “verdes”, albergando um conjunto de decisões que vão desde a durabilidade do produto, facilidade de reparação e desmontagem, eficiência energética do processo de fabrico, reutilização de componentes, até à incorporação de materiais reciclados e renováveis, tratando-se, portanto, de desenhar com propósito, tendo em conta o equilíbrio de dois eixos: a utilidade e funcionalidade para o consumidor final; e, o bem-estar do planeta.
O ecodesign tornou-se uma ferramenta chave no modelo da economia circular, uma vez que permite criar produtos adaptados a ciclos técnicos (com componentes técnicas de funcionalidade, utilidade, performance, etc.), integrando aspetos cruciais que permitam, de um ponto de vista ecoeficiente, promover a reutilização, reciclagem, regeneração, e, de modo geral, a redução do desperdício (a título de exemplo, através do uso de materiais biodegradáveis e compostáveis).

Em concreto, entre os exemplos de diversas soluções baseadas em ecodesign, algumas das mais impactantes no nosso quotidiano prendem-se com: (i) as embalagens biodegradáveis e reutilizáveis, produzidas com o intuito de reduzir a pegada de carbono e a produção de resíduos plásticos; (ii) os têxteis circulares, fabricados com materiais reciclados e processos menos poluentes, responsáveis por reduzir o consumo de água e energia; e, entre outros, (iii) o mobiliário e objetos de construção ecológicos, criados com materiais recicláveis e com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis. Estas abordagens não só reduzem o impacte ambiental, como também aumentam a eficiência de recursos, melhoram a imagem das marcas, e, alinham as empresas com as regulamentações ambientais e sobretudo com os consumidores, também eles cada vez mais exigentes e preocupados com as questões ambientais.

Apesar da amplitude setorial da aplicação do conceito de ecodesign, a sua implementação requer, frequentemente, atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) aplicadas e robustas, exigindo, muitas vezes, a superação de desafios técnicos, tecnológicos, e científicos, o que obriga ao investimento contínuo em I&D por parte das empresas. A inovação em materiais avançados, a engenharia de processos sustentáveis e a digitalização de produtos, são alguns dos eixos de atuação que tornam a I&D essencial para a implementação eficaz do ecodesign.

Assim, dada a sua forte componente investigacional, muitos projetos de ecodesign podem ser enquadrados no Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação e Desenvolvimento Empresarial (SIFIDE). Importa realçar, ainda, que projetos associados a práticas de conceção ecológica de produto, podem ter uma majoração adicional nas despesas elegíveis, aumentando o incentivo à inovação sustentável.

Em síntese, o ecodesign não é apenas uma tendência, mas sim uma ferramenta poderosa para criar um futuro mais sustentável, regenerativo e inteligente. Apostar no ecodesign é, por isso, investir num modelo de inovação que respeita os limites do planeta, valoriza os recursos, e posiciona as empresas na vanguarda da economia verde.

Se tem um projeto de ecodesign inovador, contacte-nos para saber de que forma pode usufruir do SIFIDE. Auxiliamos em todas etapas do processo de candidatura a esse benefício fiscal.

Explore mais sobre o SIFIDE no nosso blog ou no LinkedIn da Approach.

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