Com a evolução da sociedade em todas as suas vertentes, atualmente, na indústria, a eficiência já não é somente uma questão de competitividade, mas também de responsabilidade, estando a segunda a influenciar fortemente e diretamente a primeira. Os players que apostam em medidas de responsabilidade ambiental e social, ditam o mercado e as tendências. Neste contexto, a metodologia Lean ganha uma nova dimensão, ao passar a ser encarada como dois eixos complementares: como ferramenta de melhoria operacional; e, como aliada estratégica no caminho para a sustentabilidade.
Quando se pensa em sustentabilidade, a ligação mais direta e comum é a associação desse conceito a ações ambientais isoladas e amplamente faladas. Todos nós iremos, inconscientemente, pensar em ações de reciclagem ou uso de fontes de energia renovável. E, embora a consciencialização da sociedade para com estas questões esteja na base da valorização da sustentabilidade, a um nível industrial é necessário reconhecer que este conceito começa na produção. É precisamente nesta fase que entra a metodologia Lean.
De facto, desde a sua origem no Sistema de Produção da Toyota, a metodologia Lean assenta num princípio basilar de eliminação de desperdícios de recursos temporais, materiais, e, humanos. É o chamado muda. A redução destes desperdícios permite aumentar a eficiência operacional e a produtividade geral, sendo essa a razão que leva a metodologia Lean a ser tão altamente aclamada na indústria e uma referência desde os primeiros desenvolvimentos da mesma por parte da Toyota na década de 50.
No entanto, reduzir o muda não se trata somente de fazer mais com menos, mas sim de fazer melhor e com propósito, sendo crucial compreender a estreita relação entre os desperdícios que afetam produções e atividades, com os que mais impacte possuem no ambiente.
Pense-se no seguinte: quando se produz de forma otimizada, reduzem-se consumos energéticos associados a tempos de produção sem valor agregado; quando se evitam ações de retrabalho e defeitos, é minimizado o uso de matéria-prima e o descarte de produtos; quanto se otimizam layouts e rotas de logística, reduz-se o consumo energético e as emissões de dióxido de carbono; e, entre muitos outros exemplos, quando se potencia a otimização de stocks, reduz-se o consumo energético (e.g., para ações de climatização em indústrias específicas).
Cada melhoria operacional, por mais pequena que possa parecer, é uma micro ação de sustentabilidade que, quando analisada à luz de atividades globais ao longo do tempo, resulta em operações mais eficientes e numa pegada ambiental menor. E, embora seja fundamental apontar que a maioria destas ações começa como uma decisão económica, a realidade é que essa decisão se torna num motor de impacte ambiental positivo, passando a ser um ato de responsabilidade por parte das empresas.
Com efeito, esse ato de responsabilidade, é, atualmente, altamente considerado e procurado pelos consumidores, com diversos estudos a apontarem a forte influência do fator “sustentabilidade” numa decisão. Os paradigmas de consumo estão a mudar como resultado da crescente consciencialização da sociedade para com questões de responsabilidade ambiental e da preocupação com as alterações climáticas. Como tal, as indústrias devem acompanhar essa transformação, procurando evoluir de forma alinhada com as variáveis que hoje determinam uma decisão de compra.
Isso é possível através da metodologia Lean e das ferramentas associadas, concebidas para o aumento da eficiência através da redução de desperdícios, cujo impacte ambiental deve ser reconhecido. No contexto desta metodologia, ferramentas como o Kaizen (“melhoria contínua”), 5S, Value Stream Mapping (VSM), Diagrama de Spaghetti, Kanban, entre muitas outras, aliadas às 7 Ferramentas da Qualidade (diagrama de Ishikawa, diagrama de Pareto, folha de verificação, histograma, cartas de controlo, diagrama de dispersão, e, fluxograma) e outras complementares (e.g., ciclo PDCA, six sigma, 5W2H), são fundamentais.
Ao fornecerem uma visão externa e objetiva da atividade de uma empresa, serviços de consultoria industrial podem indubitavelmente participar ativamente no alcance dessa transformação, realizando um mapeamento detalhado de processos produtivos, detetando gargalos, desperdícios, e, ineficiências, que muitas vezes passam despercebidos internamente.
Esses serviços especializados, com know-how e insights únicos e não enviesados, permitem potenciar a eficiência operacional através da redução do muda, e, por conseguinte, a sustentabilidade económica e ambiental de uma empresa. Não é suficiente garantir o crescimento de uma empresa. É preciso fazê-lo de forma responsável e consciente perante questões emergentes de preocupação ambiental. Somos responsáveis por proteger o nosso planeta e garantir a sua manutenção para as gerações futuras. Essa responsabilidade começa em cada um de nós e no que fazemos, incluindo as atividades em que operamos.
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